Gripe Hãn?

Posted by Manuel Cardoso | Posted in , , , , | Posted on domingo, dezembro 06, 2009

Neste momento, encontro-me impossibilitado de voltar à escola porque (ai, ai, ai; ai, ai, ai) me foi diagnosticado o complexo padecimento designado por "tosse sem expectoração". Vejam lá o meu desgosto: tusso, mas não expectoro. Isto, caros leitores, não é nada português.

Vamos à explicação, se é isso que querem.

Quinta-feira, pela noite, comecei a tossir, espirrar, ter frio e dores de cabeça e um pouco de febre. Sexta-feira, pela manhã, os sintomas mantinham-se, pelo que, após deliberação familiar, prescindi de ir à escola.

Manda o Plano de Contingência da Gripe A do estabelecimento escolar que frequento que, faltando e se se dá o caso de estarmos a contas com uma narina entupida (por termos achado que lá fora estariam dezoito graus Celsius, estando, na verdade, apenas onze, não nos apetrechando, assim, de indumentária adequada), entreguemos uma declaração médica que comprove que não padecemos dessa maleita. Pois bem, hoje (Domingo), já sem quaisquer queixas, desloquei-me até um estabelecimento de saúde para ser visto por um médico, que, no fim da consulta, redigiria a tal declaração. Feito isto, poderia voltar à escola amanhã (Segunda). Pois mal, não foi isso que aconteceu.

O médico, depois de me auscultar (para Inglês [ou seja, o meu pai] ver, pensava eu), perguntou-me se estava pronto para ir à escola amanhã; "Estou, estou", disse eu. "Hm, se calhar, o melhor é ficar em casa até ao final da semana... vá Quinta-feira", disse o senhor de bata branca, escrevendo isso no papel.

Está tudo doido.

Eu mal tossia.

Paguei (não confiei no Serviço Nacional de Saúde porque a minha mãe tinha-me dito que os avós ficariam desagradados se eu preferisse uma sala de espera à casa deles para passar o Natal), ou melhor, quem me representa pagou um balúrdio. Por quê? Por um atestado! Eu não queria ser visto por um médico! Eu queria que ele assinasse um papel! Mas ele, não, teimosos estes médicos, insistiu em observar-me! Quis ver se eu estava bem! Para onde foram os médicos que, passados os primeiros dez minutos a falar do que fizemos no espaço compreendido entre a consulta anterior e a presente, nos escorraçavam dos seus consultórios dando-nos um atestado para carimbar lá fora e uma receita completamente imperceptível para o farmacêutico?!

Os centros de saúde deveriam ser como os restaurantes e deveríamos poder mandar para trás os serviços que não pedimos! Exemplo:

- Olhe, se faz favor, desculpe...

- Diga lá, chefe.

- Olhe, é o seguinte, é que eu... o que eu pedi foi um atestado e isto, não é por nada, mas parece-me uma observação de um médico, se desse para trocar...

- Ah, tem toda a razão, desculpe lá... Pronto, foi isso... é que o atestado foi para a mesa seis, peço imensa desculpa, troco já. É que estamos cheios de serviço e isto às vezes... a cabecinha, coiso.

- Claro que sim, com certeza...

E pronto, era isto.

Comments (1)

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