Torneio do Guadiana

Posted by Manuel Cardoso | Posted in , | Posted on sábado, novembro 28, 2009


Jorge Jesus já enerva.

Faltam poucas horas para o Sporting - Benfica e quantas vezes já fui à casa-de-banho devido aos nervos? Zero.

Nunca pensei que ganhar tantas vezes irritasse desta maneira. Na verdade, nunca pensei sequer em ganhar tantas vezes, até porque Jorge Jesus é um treinador português. Se bem me lembro, o último patrício que comandou o Benfica, Fernando Santos, saiu indignado pois não lhe foi reconhecido mérito pela conquista de um torneio de Verão, o Torneio do Guadiana, o que me deixou desagradado com treinadores desta nacionalidade.

Como é que alguém se pode congratular por vencer o Torneio do Guadiana? Como é que que alguém se satisfaz com a vitória numa competição cujo troféu é uma miniatura de uma ponte? Ainda por cima, sendo a Ponte Internacional do Guadiana, uma construção dos anos noventa que pouco contribuiu para a história, tanto de Portugal, como da Espanha, a não ser na que concerne a colisões entre, por exemplo, um Ford Fiesta do sotavento algarvio e uma Renault Kangoo andaluz, acidente que resultou, para além em danos nos dois automóveis, num grande pão no nariz do condutor do Fiesta.

Meus caros, é uma obra pública. Um troféu não pode representar uma obra pública. Imaginem que a indústria dos monos (objectos de grande inutilidade e que toda a gente oferece a toda a gente sabendo que não servem para nada, mas que preferem dar a não dar, pois não dar é rude e dar um avental com a bandeira americana que compraram na Morais Soares é melhor que nada), mais precisamente a indústria dos monos que são galardões, começa a inspirar-se mais nas obras públicas? Como seria? Isso levanta uma série de problemas, ora vejamos: se o torneio fosse no Porto, que ponte escolheriam? Mas se tivesse lugar em Viseu, o prémio seria uma mini-rotunda? E será que o Tribunal de Contas poderia chumbar a execução do troféu devido a derrapagens nos custos? O melhor é mantermos o simples caneco.

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